(por Tiago Ferro Pavan)
Baseado na mensagem de Paulo Roberto Gaefke.
(Para conhecer mais sobre o trabalho de Paulo Roberto Gaefke acesse: www.meuanjo.com.br)
CENA 01
(Manter em cena um calendário grande com a data 24 de dezembro)
(Rapaz deitado numa cama dormindo, e outro sentado num sofá, lendo ou vendo TV, até que toca o despertador. O rapaz que estava deitado levanta depressa e começa a se arrumar)
LEONARDO – Onde você vai assim tão cedo?
FERNANDO – Amanhã é o aniversário de um grande amigo meu, eu diria mais, meu melhor amigo!
LEONARDO – Humm... e quem é?
FERNANDO – Jesus o mestre dos mestres, afinal, não existe maior amigo do que ele. E amanhã é o seu aniversário.
LEONARDO – E já sabe o que vai dar a ele?
FERNANDO – Ainda não sei, mas vou numa boa loja e comprar algo a sua altura. (saindo)
LEONARDO – Missão nada fácil, mas boa sorte!
CENA 02
VENDEDOR – Bom dia! No que posso ser útil meu bom jovem?
FERNANDO – Preciso comprar um presente para um bom amigo.
VENDEDOR – E já tem algo em mente?
FERNANDO – Pensei em uma camiseta branca.
VENDEDOR – Tenho diversas camisetas brancas, veja.
FERNANDO – (Entusiasmado) Nossa, são muito bonitas! (reflexivo) Mas... nem o branco mais branco da terra poderia ser comparado a sua pureza.
VENDEDOR – Quem sabe um lindo par de sapatos de couro.
FERNANDO – São realmente lindos... mas... seus pés calçados pelas sandálias da missão cumprida... acho que não existe na Terra algo tão confortável que mereça seus pés.
VENDEDOR – E talvez quem sabe esta caneta de marca famosa.
FERNANDO - Seria um lindo presente... mas lembro que Ele nunca escreveu nada, tudo que Ele falou, mostrou na prática, servindo e amando sempre.
VENDEDOR – Você não lembra de nada que ele tenha comentado que pudesse querer?
FERNANDO – Deixe me ver... ahh... Lembro-me, que um dia Ele falou que não tinha sequer um travesseiro para recostar sua cabeça, talvez um confortável travesseiro então.
VENDEDOR - Quem sabe o melhor travesseiro de plumas de uma fábrica especializada em sono, é importado e muito confortável.
FERNANDO – (Abre um sorriso, porém desanima) Acho que não. Os justos dormem tranqüilos e sei que Ele jamais usaria o travesseiro.
VENDEDOR – Vejamos... temos aqui ainda: abotoaduras de ouro, malas de viagem, bebidas finas, comidas importadas...
FERNANDO – (desanimado) Tudo supérfluo, tudo matéria que o tempo irá corroer. Obrigado pela ajuda, mas acredito que não vou conseguir encontrar nada.
(SAI DA LOJA)
CENA 03
(senta em um banco)
FERNANDO – Ahh Jesus, saí de casa hoje tão animado para lhe comprar um presente, mas não encontrei nada.
(Nesse momento um menino muito miudinho, com o rosto sujo e as mãos encardidas se aproxima sorrindo)
MENINO – Qual seu nome? (estendendo a mão)
FERNANDO – Fernando e o seu?
MENINO – Gabriel!
FERNANDO – Onde está sua mãe?
MENINO – (ele dá de ombros) Não sei...
FERNANDO – E o seu pai?
MENINO – Não sei onde está, nem nunca soube...
FERNANDO – Olha só, sabia que eu estou com uma fome danada, será que você não quer comer um lanche comigo?
MENINO – (Timidamente sorrindo) Sim!
(Pegam na mão um do outro)
(MÚSICA)
(Mostra algumas coisas, para o menino que fica vislumbrado com todas aquelas luzes e enfeites e pessoas bonitas)
(Sentam-se em uma mesinha de uma lanchonete e começam a comer)
NARRAÇÃO EM OFF – Sentados ali, começamos a conversar e ríamos felizes como dois velhos amigos. Falávamos sobre bolinhas de gude, pipas e bola de futebol, coisas importantes para o ser humano, principalmente quando somos crianças.
FERNANDO – Você quer um sorvete gigante como sobremesa?
MENINO – (com olhos brilhando feito o sol) Sim!
FERNANDO – Só um instante.
(Vai até o caixa, quando volta com os sorvetes na mão o menino já não esta mais ali)
FERNANDO – Gabriel? Onde você esta? Será que foi ao banheiro? Ou será que esta olhando algo na lanchonete? Alguém o viu? (pausa) não esta em lugar algum...
(Encontra sobre a caixa de batatas-fritas vazias um papelzinho, um bilhetinho escrito com letra miúda)
FERNANDO – O que é isso? Um bilhete? O que será que diz? (Começa a ler)
JESUS EM OFF - "Obrigado pelo melhor presente de aniversário que poderia me dar: Fizeste feliz um dos pequeninos do mundo!"
FERNANDO – (emocionado) Assinado, Jesus.
"Tudo o que fizeres a um destes mais pequeninos, será a mim mesmo que o farás”.
- FIM -
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