O BOLO MENSAL

por: Jorge Mário de Oliveira

 

bolo

Narrador: O mundo de hoje é muito complexo, todos sabemos disso. O inimigo de nossa alma tem procurado tornar as coisas mais difíceis do que normalmente já o são. Há muitos ídolos, muito egoísmo, os seres humanos são avarentos e amantes de si mesmo. E nesse emaranhado de estilos, opções e alternativas, vivemos nós, os cristãos. Dá para administrar as escolhas do dia a dia? Dá para administrar bem os recursos quando os apelos do comércio são tão grandes? E a obra de Deus? E a igreja e seus desafios? Quais são as prioridades de nossa vida? A peça a seguir tem por objetivo ajudar-nos na reflexão pessoal quanto ao uso que fazemos com os recursos que recebemos de Deus.

(Entram o marido e sua esposa levando um grande bolo, bem confeitado. Colocam-no sobre uma mesa na qual já deverão estar uma faca e uma espátula para cortar o bolo.)

Marido: Aqui está o resultado de um mês de trabalho. "Digno é o trabalhador de receber seu salário." E aqui está o nosso. Agora é só usufruir dos benefícios!

Mulher: Esta é a melhor parte da vida. Comprar, gastar. Adoro lojas! Shoppings! Aproveitar ofertas. Não perder chances e oportunidades!

Marido: (Cortando dois pedaços do bolo, dá um pedaço para a esposa...) Como foi nós que trabalhamos, vamos ser os primeiros a comer! Afinal, merecemos ou não merecemos?

Mulher: (Comendo...) Que delícia!

Narrador: "Buscai em primeiro lugar o Reino de Deus e a Sua justiça e as demais coisas vos serão acrescentadas..."

Mulher: (Reflexiva) Acho que deveríamos separar nosso dízimo e nossas ofertas.

Marido: É...não seria difícil fazer isso! Bastaria dividir o todo em dez partes e tirar uma que pertence ao Senhor.

Mulher: E depois dar um outro pedaço como oferta voluntária. Nossa igreja está precisando! E ainda vai sobrar muito para nossos gastos e despesas!

Marido: Mas.... não precisamos nos preocupar com isso agora. Tem muito bolo aqui. Depois a gente separa a parte da igreja. Tenho certeza que vai sobrar!

( Nesse momento entra uma moça representando a igreja. Está vestida de branco e traz no peito uma faixa escrita: IGREJA. Aliás, todos os personagens deverão ter uma faixa de identificação. Dirige-se ao casal e diz: )

Igreja: Vim buscar um pedaço desse bolo?

Mulher: Pedaço? Quem é você?

Igreja: Sou a igreja de Deus na terra. Tenho como missão levar o evangelho da salvação a todos os povos, nações, tribos e línguas. Mas para cumprir minha tarefa, preciso da ajuda de cada membro fiel. Deus separou o dízimo e as ofertas voluntárias para que por meu intermédio, os povos sejam abençoados.

Marido: Já havíamos falado sobre isso. Foi nesse momento que a gente comentava sobre separarmos nosso dízimo e nossas ofertas. Olha igreja, não se preocupe. A gente vai dar, mas não agora.

Mulher: Somos fiéis no cumprimento de nosso dever como cristãos. A nossa parte a senhora terá. Esse bolo é grande demais! Seu pedaço estará garantido.

Igreja: Lembrem-se de uma coisa: O que quero não quero para mim mesmo. Apenas uso os recursos para a propagação do reino de Deus na terra.

Marido: Pode ir tranqüila. Dinheiro é que não vai faltar!

(Igreja sai e entra o ALUGUEL)

Aluguel: Vim buscar minha fatia desse bolo.

Marido: Aqui está seu aluguel. Duas fatias pagam nossa dívida.

Aluguel: Obrigado. No mês que vem eu volto. Sempre no dia primeiro, não esqueçam!

Mulher: Todo mês são duas fatias que se vão com aluguel. Se pudéssemos ficar livres dele?

Marido: Tenho um plano! Se guardássemos todo o mês um pouco do nosso salário, quem sabe um dia, possamos comprar uma casa!

Mulher: É isso! Uma porcentagem do nosso salário todo mês.

(Entra o SEGURO)

Seguro: Vim buscar meu pedaço desse bolo que parece estar uma delícia!

Marido: Seu pedaço? Esse bolo é nosso! Que direito o senhor tem nele?

Seguro: Sou o seguro contra roubo, contra incêndio e catástrofes e comigo os senhores tem um compromisso anual. Chegou a hora de receber minha cota e eu vim buscá-la. Os senhores não querem arriscar perder tudo o que tem, não é?

Marido: É claro que não!

Mulher: Acho bobagem esse negócio de seguro. Dinheiro jogado fora. Só sai...não volta nunca mais.

Seguro: Pense bem minha senhora. Imagine sua casa sendo assaltada. Do jeito que tem ladrão por ai? Um aparelho de som, uma televisão ou outros bens de uma casa, quando levados pelo amigo dos alheios, somam prejuízos imensos! Quem paga seguro, tem todo o prejuízo reembolsado!

Mulher: Paga logo (falando com o marido)

(Marido pega um pedaço e dá para o seguro que diz)

Seguro: São três pedaços...

Mulher: Três pedaços?

Seguro: Eqüivale ao seguro de um ano. Pode parecer muito, mas acaba sendo pouco... (Pega o bolo e sai.)

( Entra a IGREJA)

Igreja: Vocês esqueceram de mim?

Marido: Não. Imagine esquecer da igreja! Seu pedaço está aqui. Só que daremos sua parte mais tarde, agora não. Estamos fazendo os cálculos, distribuindo bem para atender a todos.

Igreja: Por favor, não esqueçam....preciso ajudar a levar o evangelho. O que me derem, será repartido para beneficiar a humanidade.

Mulher: Pode deixar igreja. Fique fria...A senhora vai ganhar seu pedaço....

(Igreja sai. Entra "ALIMENTOS")

Alimento: Tenho a impressão de que vou necessitar do maior pedaço desse bolo.

Marido: Ah! você é o alimento! Também acho que vai levar um bom pedaço do nosso bolo.

Alimento: Alimentação é necessidade básica. Não há como fugir dos gastos com frutas, verduras, leite e cereais. A gente precisa comer. E comer significa: Vida!

Marido: Você realmente merece. Pode levar seu pedaço. (Dando apenas um)

Alimento: Mas um só não dá. Vocês comem muito. Pode colocar aqui pelo menos uns 5 pedaços.

Mulher: Você tá doido?

Alimento: São os filhos adolescentes! São como trituradores. Pode pôr bolo aqui que o negócio é feio! Se ficar o bicho come, se correr, o bicho pega.

(Alimento recebe os pedaços de bolo, agradece e sai. Entra a ENERGIA ELÉTRICA)

Energia: Sou a energia elétrica usada em sua casa. Por um pequeno pedaço de seu salário ilumino, faço funcionar os aparelhos elétricos enfim, dou vida à vida doméstica.

Mulher: Pegue seu pedaço.

(Energia agradece e sai)

Narrador: Trazei todos os dízimos à casa do tesouro para que haja mantimento na minha casa, diz o Senhor dos Exércitos.

(Entra a ÁGUA)

Água: Uma casa sem água é um transtorno por isso, vim buscar a parte que paga minha presença na casa de vocês. É só abrir as torneiras e eis-me às mãos...só que todo privilégio tem seu preço...quero meu pedaço desse bolo.

Mulher: Você merece...este pedaço te dou com muito prazer. O que seria de mim sem água.

(Água agradece e sai)

Marido: Mal recebemos o salário e ele está indo num instante. É só pagar, pagar. Só sai...Entrar que é bom, nada....

Mulher: Não podemos esquecer da poupança. Pelo menos um pedaço precisamos guardar...Não conhecemos o amanhã. De repente a gente pode precisar.

Narrador: Não ajunteis para vós outros tesouros na terra, onde a traça e a ferrugem os consomem, e onde os ladrões minam e roubam. Ajuntai para vós outros tesouros no céu, onde nem a traça, e nem a ferrugem os consomem; onde nem os ladrões não minam nem roubam. Porque onde estiver o teu tesouro, estará também o teu coração.

(Entra a ESCOLA)

Escola: Esqueceram de mim?

Mulher: Pelo que parece, não conseguimos nos lembrar! Quem é a senhora? Ah! já sei, é a costureira!

Escola: Sou a escola dos filhos de vocês. Vim buscar um pedaço do salário de vocês. Afinal de contas, eu mereço, ajudo a educar seus filhos. E olha que me dão um trabalho danado!

Marido: Em quantos pedaços ficam nossas despesas?

Escola: Este mês, creio que 3 pedaços pagam todas as despesas?

Mulher: 3 Pedaços? A senhora não acha que está abusando no preço? Aonde vamos parar desse jeito? Não sobra nada!

Escola: Só 3 pedaços! Tem escola que cobra muito mais. Estamos apenas trocando favores. Vocês me dão do bolo e eu dou educação. Não é uma troca justa?

(Escola agradece e sai. Entra a igreja outra vez)

Igreja: Minhas necessidades em levar o evangelho me obrigam a humilhar-me. Os senhores já separaram uma parte do que Deus lhes deu para ajudar os que necessitam de salvação?

Marido: Ainda não. Mas vamos separar...Queremos ajudar...Temos vontade de ver a obra de Deus crescer, só que há tanta coisa para atender! Quando chegar a hora, entregaremos sua parte...

(Igreja sai...)

Mulher: Antes que acabe esse bolo, vou levar a parte da poupança senão gastamos tudo e não guardamos nada de nosso salário. Este dinheiro é sagrado. Ninguém mexe nele....(Pega um pedaço do bolo e sai)

(Entra a PRESTAÇÃO)

Prestação: Sou a prestação que vocês fizeram e vim buscar a parte que me pertence.

Marido: Prestação?

Prestação: É. São várias. Foi sua mulher que comprou. Lembra daquela vestido novo que ela usou no casamento que vocês foram há um mês atrás? ...Pois é, foi comprado a prestação. E tem outras coisas ainda. Cheques pré-datados. Cartão de crédito. Vim cobrar tudo!

Marido: Em quanto fica?

Prestação: Acho que com quatro pedaços você me paga tudo.

(Pega o bolo e sai. Entra DESPESAS GERAIS)

Despesas Gerais: Sempre há despesas gerais em uma família. Algumas com as quais não se contava. São gastos com médicos, remédios, consertos, coisas imprevisíveis. E aqui estou para buscar minha parte.

Marido: (Dá todo o bolo para as despesas gerais. Deve ficar no tabuleiro apenas as migalhas. A Despesa sai e pensativo diz:) Lá se foi meu salário...mas acho que atendi todas as minhas necessidades. Não deixei nada para trás.

(Entra a igreja)

Igreja: Aqui estou novamente...Vim buscar minha parte para atender as necessidades que a igreja tem.

Marido: Acabei esquecendo da senhora! Sabe o que é...há tantas coisas para pagar. Aluguel, seguro, escola, prestação, alimentos, energia, água, que sem querer, acabei esquecendo da igreja.

Igreja: É uma pena! Sua fidelidade ajudaria muito no suprimento das necessidades de sua própria igreja.Todos os departamentos seriam bem servidos, não haveria falta de recursos.

Marido: No mês seguinte, prometo que não esquecerei. Vou separar o primeiro pedaço. Agora, acho que sobrou alguma coisa... venha aqui... (Dirigem-se ao bolo. Marido ajunta as migalhas e dá à igreja) Leve esses pedaços... é pouco mas já é alguma coisa... Foi o que sobrou... o salário não dá... Antes isso do que nada...

Narrador: "Roubará porventura o homem a Deus? Todavia vós me roubais, e dizeis: Em que te roubamos? Nos dízimos e nas ofertas alçadas. Vós sóis amaldiçoados com a maldição, porque a mim me roubais, sim, vós, esta nação toda...”

(Igreja pega as migalhas e o marido sai. Igreja segurando um prato com as migalhas se posiciona. Ao som se uma música de fundo, começam a entrar pessoas com faixas no peito com nomes de pastorais e movimentos da igreja. Catequese, Infância Missionária, Pastoral da Juventude, e etc.

Dirigem-se à igreja estendendo a mão e recebem pedaços das migalhas que recebeu. Devem fazer gestos de: Só isso? Não dá, etc... Somente gestos. Ninguém fala nada. E quando acabar, sai).

Narrador: "Buscai em primeiro lugar o Reino de Deus e Sua justiça e as demais coisas vos serão acrescentadas." É dando que se recebe...

Pela fidelidade em devolver a Deus o que lhe pertence, e dar do coração voluntário ofertas de reconhecimento e gratidão, a igreja crescerá, o reino de Deus atingirá as pessoas que de outra forma não seriam atingidas. "Não ameis o mundo, nem o que há no mundo. Se alguém ama o mundo, o amor do Pai não está nele. Porque tudo o que há no mundo, a concupiscência da carne, concupiscência dos olhos e a soberba da vida, não vem do Pai, mas sim do mundo. Ora, o mundo passa, e a sua concupiscência; mas aquele que faz a vontade de Deus permanece para sempre." I João 2:15-17.

 

- FIM -

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